Investigadores suecos afirmam que, após um ataque cardíaco, ter uma vida sexual activa e tomar medicamentos para a disfunção eréctil, pode aumentar a esperança média de vida.
A conclusão é de um estudo apresentado durante o 66º Encontro Científico Anual do American College of Cardiology, em Washington (EUA), que refere que tomar este tipo de medicamentos após um ataque cardíaco pode reduzir o risco de morte em 33%. Ao contrário de estudos anteriores, esta investigação concluiu que os homens que tomam medicação para impotência nos anos seguintes ao ataque cardíaco têm menor risco de morrer ou de sofrer de insuficiência cardíaca, em comparação com os que não tomam.
O grupo objecto do estudo era constituído por um conjunto de 43.000 homens, que foram acompanhados durante um período de 3,3 anos. Durante o estudo, os investigadores perceberam que os homens a quem foi prescrito medicamentos como o Viagra, Sildenafil (Viagra Genérico), Levitra e Cialis, entre outros, que contêm a substância PDE5, um inibidor da fosfodiesterase tipo 5, depois de sofrerem um ataque cardíaco, revelaram uma menor probabilidade de morrer, na ordem dos 33%.
Um dos autores do estudo, o investigador Daniel Peter Andersson, do Instituto Karolinska, na Suécia, refere que “Este tipo de tratamento para a disfunção erétil é benéfico em termos de prognóstico e ter um vida sexual ativa parece ser um indicador de uma diminuição do risco de morte”.
Do grupo em estudo, apenas 7% dos homens receberam prescrições para a disfunção eréctil – na sua maioria foi receitado o inibidor PDE5, sendo que foi prescrito o alprostadil a apenas 8%. Tendo em conta os riscos de doenças como diabetes, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca, os dados obtidos pelo estudo levaram a concluir que os homens que tomaram o inibidor PDE5 tiveram uma probabilidade destacadamente menor de morte do que os homens que tomaram alprostadil ou nenhuma medicação deste tipo.
Para além desta conclusão, os investigadores também conseguiram associar a toma do inibidor PDE5 a uma probabilidade menor, em cerca de 40%, de hospitalização por insuficiência cardíaca, em comparação com homens que não tomam medicamentos para a impotência, associados ao inibidor em questão.
O investigador acrescenta que o facto da população ter uma vida sexual ativa pode ser indicativo de um estilo de vida mais saudável, inclusivamente para faixas etárias mais idosas. O estudo permite que os clínicos possam prescrever medicamentos para a disfunção erétil de forma segura aos seus doentes após terem sofrido um ataque cardíaco, desde que estes não possuam contraindicações para o inibidor PDE5.
No entanto, Daniel Peter Andersson refere que, apesar dos benefícios apresentados na análise que se efectuou a uma porção da população sueca, o uso de medicação para a disfunção eréctil pode ser apenas um indicador de uma vida sexual mais activa. Este facto pode constituir um indicador de um estilo de vida activo e contribuir, assim, para um aumento da esperança média de vida.